
Montaigne procurou não se espantar com os costumes dos Tupinambá, já que, como estudioso do assunto, entendia a tendência de cada qual considerar desumano o que não é praticado em seu meio.
“Não me parece excessivo julgar bárbaros tais atos de crueldade, mas que o fato de condenar tais defeitos não nos leve à cegueira acerca dos nossos. Estimo que é mais bárbaro comer um homem vivo do que comer depois de morto; e é pior esquartejar um homem entre suplícios e tormentos e o queimar aos poucos, ou entregá-lo a cães e porcos, a pretexto de devoção e fé, como não somente o lemos mas vimos ocorrer entre vizinhos nossos conterrâneos.” (1972, p. 107)
E terminou, ironicamente, depois de descrever vários costumes Tupi: “Tudo isso é interessante, mas, que diabo, essa gente não usa calça”.
Roque de Barros Laraia, escritor e professor da UnB, se assustou ao ver pela primeira vez um índio Kaapor rindo. Segundo ele, a emissão sonora, profundamente alta, parecia gritos de guerra e a expressão facial em nada se assemelhava com aquilo que ele estava acostumado a ver.
Nesta mesma tribo, acredita-se que se uma pessoa vê um ente falecido ela logo morrerá. O principal protagonista de um filme, realizado em 1953 por Darcy Ribeiro e Hains Forthmann, ao regressar de uma caçada contou ter visto a alma do pai na floresta. O jovem índio deitou numa rede e morreu dois dias depois.
Assim, cada povo possui crenças e símbolos próprios. Essa capacidade de criar cultura é o diferencial do ser humano que também aprendeu a se adaptar ao ambiente de forma mais rápida que os outros animais. Nossos meios de navegação são exteriores ao nosso corpo. Nós os fazemos e os utilizamos. A baleia teve de transformar-se ela mesma em barco. Foram-lhe precisas incontáveis gerações para chegar à sua condição atual.
Mas o que vemos hoje é uma total diferença entre os que tem acesso aos bens e serviços e os que ainda vivem afastados de todas as criações e descobertas da humanidade.
Nesta mesma tribo, acredita-se que se uma pessoa vê um ente falecido ela logo morrerá. O principal protagonista de um filme, realizado em 1953 por Darcy Ribeiro e Hains Forthmann, ao regressar de uma caçada contou ter visto a alma do pai na floresta. O jovem índio deitou numa rede e morreu dois dias depois.
Assim, cada povo possui crenças e símbolos próprios. Essa capacidade de criar cultura é o diferencial do ser humano que também aprendeu a se adaptar ao ambiente de forma mais rápida que os outros animais. Nossos meios de navegação são exteriores ao nosso corpo. Nós os fazemos e os utilizamos. A baleia teve de transformar-se ela mesma em barco. Foram-lhe precisas incontáveis gerações para chegar à sua condição atual.
Mas o que vemos hoje é uma total diferença entre os que tem acesso aos bens e serviços e os que ainda vivem afastados de todas as criações e descobertas da humanidade.
Ao ser indagado sobre como o sol morre todos os dias no Oeste e nasce no Leste, um morador de uma comunidade afastada em São Paulo respondeu: “Ele volta apagado durante a noite”.
É uma outra concepção de ver o mundo, uma vez que em muitos lugares o conhecimento de observatórios astronômicos ainda não chegou.
Dessa forma, cultura é “todo complexo que inclui conhecimentos, crenças, arte, moral, leis, costumes ou qualquer outra capacidade de hábitos adquiridos pelo homem como membro de uma sociedade”, já dizia Edward Tylor (1832 – 1917). O essencial é evitar comportamentos preconceituosos diante do que nos parece incomum, ainda que seja dentro de um mesmo sistema.
Dessa forma, cultura é “todo complexo que inclui conhecimentos, crenças, arte, moral, leis, costumes ou qualquer outra capacidade de hábitos adquiridos pelo homem como membro de uma sociedade”, já dizia Edward Tylor (1832 – 1917). O essencial é evitar comportamentos preconceituosos diante do que nos parece incomum, ainda que seja dentro de um mesmo sistema.
Um comentário:
Cara eu penso a mesma coisa! Ela (Ana) arrasa o tempo todo a coitadinha! (Cris Flores) Que saco. E a Cris é tão bacana...
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