quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Já tô com saudade...=/

Meu golden retriever fotografado pelo meu maridão (Floripa).
SSSSS
Minha mãe está chegando amanhã. Então, sei que não vou ter como atualizar até, pelo menos, o dia 7 de setembro, quando ela volta a Belém. Talvez passe ainda mais tempo longe do blog, mas isso depende de fatores externos. Hoje, assistindo tv, vi a propaganda do Itaú Personnalité (não se decepcionem) e me apaixonei pelo texto que acabei transcrevendo abaixo para vocês. Dedico principalmente as minhas amigas blogueiras, Aninha e Cinderela, e a minha poetisa Ale Leite.
Ah, tô casada.
SSS
Saudade do blog (e da Internet como um todo)!
SSSS
Lá vai o texto:
SSS
"Inspiração é aquilo que te acorda de madrugada.
É uma folha de papel em branco.
É o que transforma noites em claro em dias de sol.
Mas a inspiração é caprichosa.
Só aparece quando quer.
Por isso, quando ela tocar, responda.
Porque ela não costuma chamar duas vezes.
O que inspira você?"

domingo, 19 de agosto de 2007

Ainda prefiro os anti-heróis

Apesar de ter como um dos objetos da monografia o típico herói Superman, confesso que prefiro os anti-heróis, sempre mais simpáticos, divertidos e humanos.
Por Tutatis! Obelix é um dos meus favoritos. Uma criança gigante que não pensa em outra coisa que não seja javali assado. A gente lê os quadrinhos e fica escutando aquela voz meio grossa e abafada que todo gordinho tem. Nada mais fofo quando ele fica triste por não poder tomar a poção mágica do druida Panoramix, já que caiu no caldeirão quando era pequeno. O tamanho desproporcional do Ideafix, cãozinho de estimação minúsculo que ele tanto ama, é outra demonstração desse lado infantil e patético da personagem. É quase o mesmo motivo que me leva a gostar de cachorros e crianças: as atitudes idiotas de ambos.
Outro que adoro é o Homer Simpson com aquela vida de cerveja, televisão, preguiça e uma inteligência digamos que...quase nula. Filosofias e críticas sociais à parte, acredito que todos desejariam passar o resto dos dias fazendo só o que têm vontade, sem ver os dias sendo engolidos pelo mercado, sem prazos e podendo acordar sabe deus que horas todas as manhãs (ou tardes).
Mas NADA substitui o Sawyer! Além de m-a-r-a-v-i-l-h-o-s-a-m-e-n-t-e-b-e-l-o, não se mete nas fofocas da ilha de Lost, não pertence ao grupinho do ‘vamos salvar o mundo’ (aliás, não pertence a nenhum grupo), é irônico, engraçado, passa o dia lendo na dele, ama a Kate, diferente dos anti-heróis anteriores ele é inteligente e, o melhor de tudo, tem atitude! Jack é o cara que compra a passagem e faz a reserva do hotel, mas desiste do embarque um dia antes. Sawyer, sempre liso, já teria chegado a pé, com um livro na mão e aquele sorriso que só ele tem. Tudo pra não decepcionar sua amada Kate.
Viu como eles são os melhores? Qual salvador do mundo usaria frases do tipo: “nunca diga alguma coisa, a não ser quando tiver certeza que todo mundo pensa o mesmo” e “sabe, o casamento é como um caixão. E cada filho é mais um prego”? Só o Homer pra alegrar meus dias nublados. Quanto ao Jack, bom, ainda tem gente que vem me dizer que ele é o típico pegador. Só posso falar dos episódios que vi. E, por esses, tenho certeza que, PELO MENOS DIANTE DA KATE, as atitudes reticentes ainda vão durar muito tempo. Ai, Deus! Vou ter que pedir para o Panoramix fazer a poção da atitude...Por Tutatis!

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Como um ciclo: narrativas que se repetem (Parte I)

Tristemente influenciada por um professor freudiano libertino, peguei um livro do Marquês de Sade sob promessas de encontrar um grande escritor. A idéia era postar algo sobre isso. Mas farei minhas as palavras da escritora norte-americana Dorothy Parker sobre alguma literatura tão terrível quanto a de Sade: “este não é um livro para ser deixado de lado. É para ser jogado longe, com força”. Então, resolvi mudar o assunto. Como estou na fase do pré-projeto da monografia, vou falar sobre o que tenho lido para o ponto de partida do trabalho, uma forma de pensar no que devo entregar e apresentar amanhã.
Minha intenção é abordar o mito grego no cinema, tendo como problemática o porquê da persistência de certas histórias na humanidade. Para isso, escolhi as narrativas cinematográficas por serem atuais, acessíveis à pesquisa e sobretudo atraentes, além de que eu posso fazer uma infinidade de analogias com os temas mitológicos.
Já é fato comprovado pela psicologia que certos sonhos, mesmo de alguém que nunca ouviu, leu ou soube de qualquer história de mitologia ou algo parecido, possuem a estrutura e a essência exata dos nossos mitos antigos, obviamente adaptados à vida de quem sonha. Tanto que é imprescindível para os psicanalistas o estudo mitológico, uma vez que, de posse desse conhecimento, terão meios para compreender as mensagens do inconsciente e, dessa forma, tratar do paciente.
Um caso que ilustra essas narrativas que parecem tão inerentes à natureza humana foi contada pelo psiquiatra suíço Carl Gurtav Jung. Na clínica onde trabalhava, tinha um esquizofrênico que sempre chamava os médicos para olharem o Sol e dizia que deveriam mover a cabeça de um lado a outro, pois, assim, veriam uma calda que pendia do Sol e se balançava para frente e para trás. Isso, falava ele, era a origem do vento.
Tempos depois, lendo uma liturgia mitraica, o que Jung encontrou? Os iniciados dessa religião viam um tubo pendular que descia do Sol e fazia surgir o vento.
Dois anos depois da morte do psiquiatra, saiu um artigo no jornal The New York Times, de 11 de novembro de 1963, p. 33, noticiando que astrofísicos observaram por dois dias uma espécie de rabo pendurado no Sol e que isso teria qualquer relação com o vento.
O que tem a ver com minha monografia? Histórias que se repetem! Uma natureza estranha e transcendental que leva nossos inconscientes para um mesmo ponto de respostas ou seríamos seres sem grande criatividade para inventar novas narrativas?
São meus objetos de análise: O Labirinto do Fauno (um ser acumulador de benefício geral que é destruidor e enlouquecedor, mas, ao mesmo tempo, benigno e constitui o princípio vivificador do mundo. No estilo da tragédia grega, a morte prevalece, mas para dar vida eterna e a garota é o herói redentor), Sete Espadas (Vênus possui um cinto mágico com as 7 armas da sedução feminina, Níobe tem 14 filhos sendo 7 homens e 7 mulheres, são 7 os tubos da flauta de Pã, são 7 as cordas da lira de Apolo, Íris tem 7 véus, são 7 moças e 7 rapazes que o monstro Minotauro exige anualmente como sacrifício e assim vai...) e Superman – O Retorno (alguma semelhança com Zeus, Apolo, Aquiles, Minerva, Hércules, Mercúrio?).
Propositalmente peguei produções recentes e de países distintos para que eu possa defender, através da análise de conteúdo, tanto a atemporalidade como a universalidade de histórias que foram contadas nos mitos e se repetem mais uma vez nas modernas produções cinematográficas. Sem contar que os três tiveram grande receptividade na época do lançamento, como comprova os 14 prêmios do Labirinto, entre eles, 3 Oscars; Sete Espadas abriu festivais de cinema como o de Veneza, em 2005; e Superman recebeu uma indicação ao Oscar de Melhores Efeitos Especiais e outra no BAFTA na mesma categoria.
E, reparem: todos têm o mocinho que leva uma vida normal, é chamado à aventura, encontra amigos e rivais e nãnãnã nãnãnã, até que, finalmente, sai desse mundo com os ensinamentos adquiridos durante a trama.
Pense em Old Boy, Matrix, Amelie Poulain, até comédias românticas (o encontro com aquela pessoa é o novo mundo das aventuras) ou quase qualquer filme que você quiser.
Mas mesmo com tantas recontagens continuamos indo ao cinema, chorando, nos apaixonando e nos libertando com tudo o que já vimos antes. Mas, particularmente, acho que nesses casos não importa o que, mas como.
E pronto! Aqui está parte do roteiro do meu filme. Só terei que ocultar devaneios do tipo “a natureza transcendental”, senão cancelam meu projeto de novo.
LLLL
(continua)