terça-feira, 29 de janeiro de 2008

"Sou Diva!"

“O que alguém vê, bêbado, nas outras mulheres,
é o que vê, sóbrio, em Garbo”, Greta Garbo.

Como falar de cinema e esquecer das divas? Impossível! As verdadeiras são inesquecíveis; imortais. Louise Brooks, Greta Garbo e Marlene Dietrich chegaram ao topo das escadarias do Olimpo de Hollywood. Alguns lampejos de divindade puderam ser vistos em atrizes como Ingrid Bergman, Rita Hayworth, Bette Davis, Elizabeth Taylor, Ava Gardner e Veronica Lake.
Glamour, beleza e insanidade. A primeira deusa (essa de fato), a poderosa da antiguidade, Afrodite, tinha feitiços impecáveis para apimentar o casamento das amigas e culpa no cartório pela morte do pobre Safo, além, é claro, de ter provocado a guerra de Tróia, um pequeno detalhe na vida imortal da musa...
Seguindo o mesmo trilho da sedutora mor e, ainda, como toda diva que se preze, Marlene Dietrich não ligava para a moral e os bons costumes, enquanto a diva das divas, com toda a aura misteriosa que a envolveu por toda vida, comentou certa vez: “O que alguém vê, bêbado, nas outras mulheres, é o que vê, sóbrio, em Garbo”. Humilhou, hein!
Brigas e sedução. Ava Gardner sabia bem o que era isso. Conhecida pelos escândalos homéricos com o marido Frank Sinatra deve ter se mordido de inveja quando começaram os boatos de que Rita Hayworth foi homenageada não só no drinque Margarita (seu verdadeiro nome), mas também teve o rosto colado na bomba de Hiroshima, uma forma de reverência macabra que só uma verdadeira diva poderia receber!
Com o tempo, o estoque de estrelas foi empobrecendo. Jane Russell, Marilyn Monroe e Brigitte Bardot tinham beleza, mas carisma limitado. Claudia Cardinale, Sophia Loren, Jeanne Moreau e Catherine Deneuve já não contavam com a ajuda dos grandes estúdios para cintilar imortalmente.
Hoje, com a televisão, os paparazzi e a Internet, o mistério em torno das atrizes desapareceu. Nicole Kidman, Natalie Portman, Angelina Jolie, entre outras, têm seus brilhos, mas nada é como antes.
Decerto os romanos tinham razão ao dizer que a ninguém é permitido imitar os deuses. Mas a verdade é que continuam imortais as antigas, as verdadeiras, as musas em preto e branco que desceram para abater moralmente, nós, simples mortais.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Trecho da entrevista com Joseph Campbell

Joseph Campbell Sempre digo a meus alunos para irem atrás da felicidade. Ir lá onde o senso profundo da sua existência está. Ir onde seu corpo e sua alma querem ir. Quando você tiver esse sentimento, fique com ele e não deixe ninguém desviá-lo. Você já leu Babbitt do Sinclair Lewis?
Bill Moyers – Faz muito tempo.
JC – Lembra da última frase? “Nunca fiz nada que quisesse fazer em toda minha vida”. Esse é o homem que nunca foi atrás da sua felicidade. Bem, eu ouvi essa frase (...). Um belo dia eu estava num restaurante e em uma mesa estavam sentados um pai, uma mãe e um menino magricelo de uns 12 anos. O pai disse ao menino: “Tome seu suco de tomate”. O menino respondeu: “Não quero”. O pai levantou a voz e disse: “Tome seu suco de tomate!”. E a mãe disse: “Não o obrigue a fazer o que ele não quer”. O pai olhou para ela e disse: “Ele não pode passar a vida fazendo só o que ele quer. Se ele só fizer o que quer, ele morre. Veja meu caso, nunca fiz nada que eu quisesse fazer em toda minha vida”. Eu pensei: “Ó Meu Deus, é o Babbitt em carne e osso!” (risos).
(...)
Uma forma maravilhosa de ensino que tínhamos no Sarah Lawrence, onde lecionei por 38 anos, era o fato de eu ter com os alunos encontros individuais que duravam cerca de meia-hora. Então, conversando sobre coisas que eles faziam, às vezes, eu tocava em algo que despertava uma resposta do aluno. Você vê os olhos abrindo, o rosto se transformando. É uma possibilidade de vida surgindo. E você pode pensar: “Eu espero que essa criança fique bem firme nisso”. Isso pode ou não acontecer, mas quando acontece, eles encontram o caminho da sua vida bem ali.
BM – Como aconselharia alguém a canalizar essa fonte de vida eterna, essa alegria?
JC – Sempre passamos por experiências que podem fazer isso. Uma pequena intuição de onde está sua alegria. Agarre-a! Ninguém pode lhe dizer o que vai acontecer. Você tem que aprender a reconhecer as próprias profundezas.
BM – O senhor sente, quando segue sua felicidade, que pode estar sendo ajudado por mãos ocultas?
JC – O tempo todo. É milagroso. Até criei uma superstição dentro de mim, pois acredito que elas aparecem o tempo todo. Se você segue a sua felicidade, você se coloca num caminho que estava ali o tempo todo esperando por você. E a vida que você deveria estar vivendo é aquela que está vivendo. Podemos ver isso. Você começa a lidar com pessoas que estão no campo da sua felicidade e elas lhe abrem portas. Eu sempre digo: “Siga sua felicidade e não tenha medo. As portas abrirão em lugares onde você nem imagina”.
BM – E o senhor se simpatiza com pessoas que não têm esses meios invisíveis de apoio? (risos)

JC – Sim, desperta compaixão aquele pobre coitado. Vê-lo tropeçando quando a corrente da vida imortal está a sua frente. Realmente desperta piedade (risos).

sábado, 19 de janeiro de 2008

A diferença que existe entre nós

Um animal frágil, com insignificante força física, dominou toda a natureza e se transformou no mais temível dos predadores. Sem asas, dominou os ares; sem guelras, conquistou os mares. Tudo isto porque difere dos outros animais por ser o único que possui cultura. Mas o que é cultura?
Montaigne procurou não se espantar com os costumes dos Tupinambá, já que, como estudioso do assunto, entendia a tendência de cada qual considerar desumano o que não é praticado em seu meio.
“Não me parece excessivo julgar bárbaros tais atos de crueldade, mas que o fato de condenar tais defeitos não nos leve à cegueira acerca dos nossos. Estimo que é mais bárbaro comer um homem vivo do que comer depois de morto; e é pior esquartejar um homem entre suplícios e tormentos e o queimar aos poucos, ou entregá-lo a cães e porcos, a pretexto de devoção e fé, como não somente o lemos mas vimos ocorrer entre vizinhos nossos conterrâneos.” (1972, p. 107)
E terminou, ironicamente, depois de descrever vários costumes Tupi: “Tudo isso é interessante, mas, que diabo, essa gente não usa calça”.

Roque de Barros Laraia, escritor e professor da UnB, se assustou ao ver pela primeira vez um índio Kaapor rindo. Segundo ele, a emissão sonora, profundamente alta, parecia gritos de guerra e a expressão facial em nada se assemelhava com aquilo que ele estava acostumado a ver.
Nesta mesma tribo, acredita-se que se uma pessoa vê um ente falecido ela logo morrerá. O principal protagonista de um filme, realizado em 1953 por Darcy Ribeiro e Hains Forthmann, ao regressar de uma caçada contou ter visto a alma do pai na floresta. O jovem índio deitou numa rede e morreu dois dias depois.
Assim, cada povo possui crenças e símbolos próprios. Essa capacidade de criar cultura é o diferencial do ser humano que também aprendeu a se adaptar ao ambiente de forma mais rápida que os outros animais. Nossos meios de navegação são exteriores ao nosso corpo. Nós os fazemos e os utilizamos. A baleia teve de transformar-se ela mesma em barco. Foram-lhe precisas incontáveis gerações para chegar à sua condição atual.
Mas o que vemos hoje é uma total diferença entre os que tem acesso aos bens e serviços e os que ainda vivem afastados de todas as criações e descobertas da humanidade.

Ao ser indagado sobre como o sol morre todos os dias no Oeste e nasce no Leste, um morador de uma comunidade afastada em São Paulo respondeu: “Ele volta apagado durante a noite”.
É uma outra concepção de ver o mundo, uma vez que em muitos lugares o conhecimento de observatórios astronômicos ainda não chegou.
Dessa forma, cultura é “todo complexo que inclui conhecimentos, crenças, arte, moral, leis, costumes ou qualquer outra capacidade de hábitos adquiridos pelo homem como membro de uma sociedade”, já dizia Edward Tylor (1832 – 1917). O essencial é evitar comportamentos preconceituosos diante do que nos parece incomum, ainda que seja dentro de um mesmo sistema.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Em 2008...

Para este e os próximos anos que virão:
SSS
“Não precisamos nem mesmo nos arriscar sozinhos na aventura, pois os heróis de todos os tempos já foram à nossa frente. O labirinto é bem conhecido só temos que seguir os passos do herói. E onde pensávamos encontrar algo abominável, encontraremos um Deus. E onde pensávamos que teríamos que matar alguém, teremos de matar a nós mesmos. E quando pensávamos em viajar para fora, chegaremos bem no centro da nossa própria existência. E onde pensávamos estar sozinhos, estaremos em companhia do mundo inteiro.”
SSS
................. Albert Einstein

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Pará - Parte I

Praia

II

Ano

III

Natal, Ano e Iguatemi (Niteróóóóiii)