segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Mataram Irmã Dorothy, e aí?

Filmoteca

Mataram Irmã Dorothy. O título é pobre e ultrapassado, sem impacto nem novidade, características que não se restringem apenas ao nome do documentário. Recém-lançado (2008) e dirigido pelo norte-americano Daniel Junge, esse é um dos filmes que fazem parte do Festival de Cinema do Rio de Janeiro que começou, nesta semana, com as cabines de imprensa. Quem sabe poderia ter sido um longa até razoável, mesmo improdutível, se estivéssemos em 2006, no auge do processo.
No início, imagens da Amazônia apresentadas junto a um texto narrado pelo ator Wagner Moura com um ar imponente de credibilidade inabalável. Na seqüência do clichê que coloca o Pará como a terra sem lei, ainda temos que compartilhar da idéia de devastação avassaladora e aterrorizante da floresta em dados que até eu me sinto queimada.
Os primeiros indícios apontavam para a elevação da imagem de forasteiros colonizadores representados pela Irmã Dorothy Mae Stang, tida como o Anjo da Amazônia, que teria colaborado com a implementação do Projeto de Desenvolvimento Sustentável (PDS), motivo de discussões e desaprovado pela grande maioria dos agricultores locais que até hoje procuram um meio de subsistência na famosa e conturbada Terra do Meio.
É, então, que a história muda. Aparecem moradores de Anapu criticando a forma com que a missionária impunha suas idéias em defesa de um pequeno grupo que aparece ao longo do documentário chorando a perda de Stang.
Indiciada, em 2004, por colaborar indiretamente com trabalhadores rurais envolvidos na morte do segurança de um fazendeiro da região, como o próprio Delegado da Polícia Federal Ualame Machado Filho confirmou nervoso diante do júri e humilhado ante a defesa, é dispensável dizer que o lado contra a conterrânea do diretor é bem mais limitado e superficial do que deveria.
Indiscutivelmente, Dorothy (e os produtores) tinha um álibi essencial a seu favor e do PDS: o agora ex-procurador-chefe do Pará, Felício Pontes Jr, o mocinho da trama, que apesar do, pelo menos, aparente esforço com reuniões e viagens, não conseguiu melhorias na região por falta de apoio federal.
Ainda no núcleo bom da história, aparecem os promotores Sávio Brabo e Edson Cardoso, com atuações pífias, de chorar, perdidos junto aos aliados nos emaranhados de papéis da ação bem em frente ao juiz.
Assim como a acusação (que de tão ruim era quase uma defesa), os vilões, representados pelos réus e advogados criminais Eduardo Imbiriba e o centenário Américo Leal, aparecem mais na terceira e última parte do filme.
Sem surpresas, o documentário mostra os julgamentos, as prisões, a intromissão ilegal e clandestina do FBI desrespeitando a soberania nacional e as solturas dos dois fazendeiros acusados de serem os mandantes do crime.
A falta de dados novos e a mera reprodução dos fatos são os maiores problemas. Gera uma sensação de indiferença, sem falar que, para quem não conhece o caso, deve ser um confuso entra e sai de pessoas tratando, em cortes, de um assunto que não é dos mais simples.
Na verdade, acho que a idéia do longa era uma e foi mudando ao longo do processo quando perceberam que “o buraco era mais embaixo”. Não apenas a luta de uma missionária mártir sozinha que renegou tudo para ajudar os outros, mas um complexo sistema fundiário difícil de ser entendido, mais até por quem vem de fora. Assim, dizem que tudo que não serve para nada pode servir para qualquer coisa. Neste caso, o filme soa como mero arquivo de prateleira empoeirada.


*Texto pro tio Ronaldo Pai que ontem cobrou atualização do blog e pra minha mãe, minha leitora mais assídua.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

“Vivo num filme do David Lynch”

S
Ebaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa. Foi muito divertido! Eu e o Ronaldo fomos, nesta segunda-feira (11), dar uma de tietes e entramos na fila por um autógrafo e pelo cheirinho cheiroso da mão do David Lynch!!!! Foi na Livraria da Travessa de um shopping no Leblon. O diretor, e agora também escritor, está no Brasil desde não sei quando (tô com preguiça de pesquisar!) para lançar um livro de meditação.
Já no início, o povo da tietagem começou aquela conversa paralela sobre filmes e budismo. Chegaram dois amigos para dar um apoio moral e, é claro, tirar fotos das nossas caras na fila, mesmo sob protestos. O Ronaldo levou logo um saco de DVD’s pro Lynch assinar e comprou um livro para mim (weeeeee) e outro para ele, dizendo que vai começar a meditar (e eu sempre finjo que acredito, pelo bem da relação).
Depois de muito esperar, chegou a nossa hora! Foi tão rápido que eu nem sei como explicar, sabe, aquela sensação meio lynchiana. Esqueci de pegar o livro de volta, não me lembrei de dar os DVD’s, ia saindo da fila sem pegar o cheirosinho e os seguranças ainda brigaram comigo. De repente, me jogaram pra dentro de novo e aí deu tudo certo. Ele assinou tudinho, pegou na minha mão e foi liiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiindo! O Guto me disse que ele apertou mais a minha mão do que de qualquer outra pessoa da fila weeeeee. Ele me adorou! wweeeeeeeeeeee
Para comemorar, eu, o Ronaldo, o Guto e a Marcela fomos jantar. O Guto, como sempre, estava engraçado; a Marcela fashion; e o Ronaldo falando em mise-en-scène. Chegamos em casa e ficamos na madrugada olímpica nos preparando para amanhã (14), quando assistiremos Inland Empire no cinema. Sim, é verdade. David Lynch na telona com 172 minutos de história que ninguém entende. Mas depois de ver pessoalmente aquele cabelo sempre surreal, estou aceitando qualquer proposta. Obaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!

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Na fila por um autógrafo
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Olha a cara de felicidade dele ao me ver hehe

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A alegria do Ronaldo mostrando os filmes e livros autografados

terça-feira, 17 de junho de 2008

Relembrando o que é cinema

Fim dos Tempos, até o cartaz é ruim

Já acordei atrasada. Pulei da cama. Fiquei de arrumar a casa antes de a Ana chegar da praia. Depois da limpeza, corri para o banho. Ainda deu tempo de esquentar o resto da pizza de anteontem. Entre quatro pedaços engolidos, o telefone. "Estou na porta, estamos atrasados". Dez minutos para o início da sessão. Engarrafamento. Inexplicavelmente, a moça desconfia da veracidade da minha carteirinha de meia-entrada.
Ainda conseguimos chegar na metade do trailer do novo filme do Zé do Caixão. A expectativa deve causar muita fome no Ronaldo. Hoje ele comprou dois cachorros-quentes para comer durante a sessão. Fim dos Tempos começou meio sem graça e...terminou ainda pior do que qualquer um poderia prever.
O roteiro é ruim. Não dá para se identificar com nenhum dos personagens. Nem mesmo com o casal que, por sinal, não convence. As tentativas de emocionar são trágicas. Fora algumas poucas cenas, como a morte da velhinha e o buraco no teto do carro, nada que se sobressaia. Um final anticlímax de um filme medíocre de plantinhas balançando ao vento que deixam os atores mais aterrorizados que o necessário. Foi pior do que limpar a casa numa terça de manhã.
Que me desculpem os fãs do Shyamalan, mas o único motivo de alguém dizer que gostou do filme é a vontade de permanecer ao lado de uma minoria supostamente mais entendida e iluminada. As superinterpretações que estão surgindo para tentar levantar a obra lembram as críticas das artes plásticas.
O dia só não foi um completo fracasso porque a senhora da pipoca nos deu um baralho de brinde. Com tudo mais tranqüilo, passamos o resto da noite jogando buraco, tomando sorvete e assistindo Clint Eastwood para não esquecer do bom cinema. Mesmo assim, fico curiosa para saber qual será a próxima bomb...ops..obra do M. Night. Quem dirigiu filmes como O Sexto Sentido, Corpo Fechado e A Vila ainda deve ter algo de bom para mostrar. Se não tiver, talvez eu faça o favor de emprestar a ele alguns dos roteiros velhos e empoeirados que meu irmão escreveu quando era criança.

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Introdução às próximas postagens baseadas na monografia A Universalidade Atemporal do Mito no Cinema

Tanque de água, símbolo do inconsciente.

Há alguns meses, o Ronaldo me adicionou no blog dele de cinema. Então, como ainda estou em fase de mudança e sem internet, vou postar alguns trechos da minha monografia que foi uma fiel companheira nos últimos meses. Explicando resumidamente, ela trata das repetições nas estruturas e nos conteúdos de filmes, além de abordar também essas constâncias principalmente em mitologias, religiões, contos de fadas e ritos xamânicos.
O problema proposto foi o de tentar entender o que incide sobre as narrativas para que elas sejam tão semelhantes, mesmo quando construídas em épocas e lugares completamente diferentes. Em outras palavras, estudar o que motiva aquela uniformidade que ocorre no momento em que alguém conta uma história que deveria ser nova.
A hipótese é de que exista uma ligação entre os indivíduos que transcende o espaço e o tempo. Algo que é inerente à espécie humana e que faz os homens explicarem e narrarem alguns fatos metafísicos com metáforas através de imagens, seja pelos mitos, sonhos ou filmes, já que são explicações impossíveis de serem transmitidas por palavras (objeto utilizado pelo consciente) e que, por isso, precisam ser expressas por meio de símbolos (objeto do inconsciente).
No documentário O Poder do Mito, o jornalista Bill Moyers fala que, para Campbell, “a mitologia era a canção do universo tão enraizada no nosso inconsciente coletivo que dançamos ao som dela mesmo sem saber o nome da melodia”. Histórias como as mitológicas estão e sempre estarão presente na humanidade por serem próprias da psique do indivíduo. A força criadora do mito, do sonho e das narrativas em geral não morre. E é justamente por essa jocosidade e maleabilidade incomparáveis que ela é capaz de adaptar-se a situações sempre novas de um modo sempre vivo.
São arquétipos que estão presentes em todos nós e, conseqüentemente, nas nossas obras e nos nossos pensamentos. Somos livres para desprezarmos as mitologias e teologias, mas isso não impedirá que continuemos a nos alimentar de mitos degenerados e de imagens degradadas por toda a vida.
E mesmo com tanta repetição, vamos ao cinema e nos emocionamos com as mesmas histórias de ontem que fazem parte do nosso presente e chegam até nós por todos os lados de forma contínua, repetitiva, simbólica e enigmática.
É claro que não vou reproduzir a monografia inteira aqui. Vou tentar fragmentá-la em textos soltos e independentes. Se alguém se interessar, logo vou colocar o link para download. Entre os teóricos utilizados, estão: Baudrillard, Benjamin, Bettelheim, Campbell, Durand, Eliade, Jung, Propp e Vogler.

domingo, 20 de abril de 2008

quinta-feira, 13 de março de 2008

Tears Dry on Their Own - Amy Winehouse

Foi difícil, mas consegui encontrar um clipe em que a Amy está aparentemente sóbria. Boa música.
SSS

terça-feira, 11 de março de 2008

Entendendo a mitologia

Os mitos são a língua figurada das origens. Freud chamava-lhes complexos, Jung arquétipos e Platão denominava-os idéias. Eles explicam a origem de uma instituição, de um costume, a lógica de uma aventura e/ou a economia de um dito espirituoso. São, segundo Goethe, ligações permanentes da vida.” (Luc Benoist, 1999)
O mito não é uma inverdade nem um exagero. É uma metáfora para os mistérios que estão além da compreensão humana. É uma comparação que, através de analogias, auxiliam o homem a entender ele mesmo. Por isso, sob esse aspecto, o mito não é uma mentira, mas uma forma de chegar a uma verdade profunda.
Eles são frutos da necessidade do homem de entender e comunicar, uma metáfora, uma conotação daquilo que não tem como ser falado nem pensado, pois estão ligados a fatos desconhecidos. É uma manifestação em imagens simbólicas da energia interna do homem.
Tentam mostrar o que não pode ser captado de outra maneira. É o limite, a conexão entre aquilo que pode ser conhecido e o que nunca será descoberto, pois é um mistério transcendente a toda pesquisa humana.
Estão relacionados com a psique humana e são manifestações culturais da necessidade universal de explicar as realidades sociais, cosmológicas e espirituais.

O mito é uma história com ação, personagens e um tempo não científico que permite que a visão do atemporal resplandeça, assim como os contos de fadas. É como se fosse um sonho conscientemente moldado ou despersonalizado.
Joseph Campbell, em entrevista com Bill Moyers, conta que o caráter cosmológico do mito é citado num livro de John Nelhardt, Fala o Alce Negro.

Alce Negro era um índio Sioux, Dakota, um menino de nove anos que ficou psicologicamente doente (típica história de xamanismo), sinal de que seria o próximo xamã da tribo. Numa visão, ele fez uma formulação que o mitólogo acredita ser a chave para entender todos os símbolos e mitos:
“Vi a mim mesmo na montanha central do mundo, no ponto mais alto. E tive uma visão porque via de uma forma sagrada o mundo. Mas a montanha central está em todo lugar”.

Assim, os mitos são tentativas de explicar o que está em todo canto e, portanto, em cada um. As imagens dos mitos são os reflexos de potencialidades espirituais profundas. Quando são contemplados, esses poderes podem atuar favoravelmente na própria vida do indivíduo, auxiliando-o.

segunda-feira, 10 de março de 2008

O texto vem depois

Ainda vou escrever um textinho para acompanhar o vídeo que mostra alguns "erros" de gravação do jornalista Paulo Francis. Não aguento! Adorei o vídeo e resolvi postar logo.

quinta-feira, 6 de março de 2008

Enquanto isso, no MSN...

SP: Mostra de Cinema, 2007.
SS
Ronaldo diz:
amooooooooooooooor
Sara diz:
amoooooooooooooooooooooooooooor
Ronaldo diz:
saudadona
Sara diz:
queria tentar usar o mic do msn...
Ronaldo diz:
mas, amor, já vai começar o big brother
Ronaldo diz:
depois a gente tenta
Sara diz:
só pra tentar...
Ronaldo diz:
amor, tenho que desligar fios
Ronaldo diz:
depois do bbb eu venho aqui e a gente fala
Ronaldo diz:
tá?
Sara diz:
desligar fios?
Ronaldo diz:
é, desligar a caixa de som, ligar o mic
Ronaldo diz:
mas até que eu faço rápido
Ronaldo diz:
queres?
Sara diz:
nao, nao quero
Ronaldo diz:
chata
Sara diz:
?
Sara diz:
mas eh vc quem nao quer
Ronaldo diz:
quero, sim
Sara diz:
vc quer ligar os fios?
Ronaldo diz:
não
Ronaldo diz:
depois do bbb, pode ser?
Sara diz:
...
Ronaldo diz:
rs

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Aqui não tem dia ruim!

Êparrê
Aroeira beira de mar

Canoa
Salve Deus e Tiago e Humaitá
Eta, costão de pedra dos home brabo do mar
Ê, Xangô, vê se me ajuda a chegar
SSS
Minha alma canta
Vejo o Rio de Janeiro
Estou morrendo de saudade
Rio, teu mar praia sem fim
Rio, você foi feito pra mim
Cristo Redentor
Braços abertos sobre a Guanabara
Este samba é só porque
Rio, eu gosto de você
A morena vai sambar
Seu corpo todo balançar
Rio de Sol, de céu, de mar
Dentro de mais um minuto estaremos no Galeão

SSS
Rio de Janeiro, Rio de Janeiro,
Rio de Janeiro, Rio de Janeiro
SSS
Rio, teu mar praia sem fim
Rio, você foi feito pra mim
Cristo Redentor
Braços abertos sobre a Guanabara
Este samba é só porque
Rio, eu gosto de você
A morena vai sambar
Seu corpo todo balançar
Rio de Sol, de céu, de mar
Água brilhando
Olha a pista chegando
E vamos nós

sábado, 23 de fevereiro de 2008

Reencontro e um assunto proibido: monografia.

Depois de alguns dias sem computador, nós no Jacobina. Despedida?

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Sem título

"Não sei o que é conhecer-me.
Não vejo para dentro.
Não acredito que eu exista por detrás de mim."
SSS
(Fernando Pessoa - Alberto Caeiro)
SSS

SSS
Faltam: 8 dias para a entrega da primeira versão.

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

"Sou Diva!"

“O que alguém vê, bêbado, nas outras mulheres,
é o que vê, sóbrio, em Garbo”, Greta Garbo.

Como falar de cinema e esquecer das divas? Impossível! As verdadeiras são inesquecíveis; imortais. Louise Brooks, Greta Garbo e Marlene Dietrich chegaram ao topo das escadarias do Olimpo de Hollywood. Alguns lampejos de divindade puderam ser vistos em atrizes como Ingrid Bergman, Rita Hayworth, Bette Davis, Elizabeth Taylor, Ava Gardner e Veronica Lake.
Glamour, beleza e insanidade. A primeira deusa (essa de fato), a poderosa da antiguidade, Afrodite, tinha feitiços impecáveis para apimentar o casamento das amigas e culpa no cartório pela morte do pobre Safo, além, é claro, de ter provocado a guerra de Tróia, um pequeno detalhe na vida imortal da musa...
Seguindo o mesmo trilho da sedutora mor e, ainda, como toda diva que se preze, Marlene Dietrich não ligava para a moral e os bons costumes, enquanto a diva das divas, com toda a aura misteriosa que a envolveu por toda vida, comentou certa vez: “O que alguém vê, bêbado, nas outras mulheres, é o que vê, sóbrio, em Garbo”. Humilhou, hein!
Brigas e sedução. Ava Gardner sabia bem o que era isso. Conhecida pelos escândalos homéricos com o marido Frank Sinatra deve ter se mordido de inveja quando começaram os boatos de que Rita Hayworth foi homenageada não só no drinque Margarita (seu verdadeiro nome), mas também teve o rosto colado na bomba de Hiroshima, uma forma de reverência macabra que só uma verdadeira diva poderia receber!
Com o tempo, o estoque de estrelas foi empobrecendo. Jane Russell, Marilyn Monroe e Brigitte Bardot tinham beleza, mas carisma limitado. Claudia Cardinale, Sophia Loren, Jeanne Moreau e Catherine Deneuve já não contavam com a ajuda dos grandes estúdios para cintilar imortalmente.
Hoje, com a televisão, os paparazzi e a Internet, o mistério em torno das atrizes desapareceu. Nicole Kidman, Natalie Portman, Angelina Jolie, entre outras, têm seus brilhos, mas nada é como antes.
Decerto os romanos tinham razão ao dizer que a ninguém é permitido imitar os deuses. Mas a verdade é que continuam imortais as antigas, as verdadeiras, as musas em preto e branco que desceram para abater moralmente, nós, simples mortais.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Trecho da entrevista com Joseph Campbell

Joseph Campbell Sempre digo a meus alunos para irem atrás da felicidade. Ir lá onde o senso profundo da sua existência está. Ir onde seu corpo e sua alma querem ir. Quando você tiver esse sentimento, fique com ele e não deixe ninguém desviá-lo. Você já leu Babbitt do Sinclair Lewis?
Bill Moyers – Faz muito tempo.
JC – Lembra da última frase? “Nunca fiz nada que quisesse fazer em toda minha vida”. Esse é o homem que nunca foi atrás da sua felicidade. Bem, eu ouvi essa frase (...). Um belo dia eu estava num restaurante e em uma mesa estavam sentados um pai, uma mãe e um menino magricelo de uns 12 anos. O pai disse ao menino: “Tome seu suco de tomate”. O menino respondeu: “Não quero”. O pai levantou a voz e disse: “Tome seu suco de tomate!”. E a mãe disse: “Não o obrigue a fazer o que ele não quer”. O pai olhou para ela e disse: “Ele não pode passar a vida fazendo só o que ele quer. Se ele só fizer o que quer, ele morre. Veja meu caso, nunca fiz nada que eu quisesse fazer em toda minha vida”. Eu pensei: “Ó Meu Deus, é o Babbitt em carne e osso!” (risos).
(...)
Uma forma maravilhosa de ensino que tínhamos no Sarah Lawrence, onde lecionei por 38 anos, era o fato de eu ter com os alunos encontros individuais que duravam cerca de meia-hora. Então, conversando sobre coisas que eles faziam, às vezes, eu tocava em algo que despertava uma resposta do aluno. Você vê os olhos abrindo, o rosto se transformando. É uma possibilidade de vida surgindo. E você pode pensar: “Eu espero que essa criança fique bem firme nisso”. Isso pode ou não acontecer, mas quando acontece, eles encontram o caminho da sua vida bem ali.
BM – Como aconselharia alguém a canalizar essa fonte de vida eterna, essa alegria?
JC – Sempre passamos por experiências que podem fazer isso. Uma pequena intuição de onde está sua alegria. Agarre-a! Ninguém pode lhe dizer o que vai acontecer. Você tem que aprender a reconhecer as próprias profundezas.
BM – O senhor sente, quando segue sua felicidade, que pode estar sendo ajudado por mãos ocultas?
JC – O tempo todo. É milagroso. Até criei uma superstição dentro de mim, pois acredito que elas aparecem o tempo todo. Se você segue a sua felicidade, você se coloca num caminho que estava ali o tempo todo esperando por você. E a vida que você deveria estar vivendo é aquela que está vivendo. Podemos ver isso. Você começa a lidar com pessoas que estão no campo da sua felicidade e elas lhe abrem portas. Eu sempre digo: “Siga sua felicidade e não tenha medo. As portas abrirão em lugares onde você nem imagina”.
BM – E o senhor se simpatiza com pessoas que não têm esses meios invisíveis de apoio? (risos)

JC – Sim, desperta compaixão aquele pobre coitado. Vê-lo tropeçando quando a corrente da vida imortal está a sua frente. Realmente desperta piedade (risos).

sábado, 19 de janeiro de 2008

A diferença que existe entre nós

Um animal frágil, com insignificante força física, dominou toda a natureza e se transformou no mais temível dos predadores. Sem asas, dominou os ares; sem guelras, conquistou os mares. Tudo isto porque difere dos outros animais por ser o único que possui cultura. Mas o que é cultura?
Montaigne procurou não se espantar com os costumes dos Tupinambá, já que, como estudioso do assunto, entendia a tendência de cada qual considerar desumano o que não é praticado em seu meio.
“Não me parece excessivo julgar bárbaros tais atos de crueldade, mas que o fato de condenar tais defeitos não nos leve à cegueira acerca dos nossos. Estimo que é mais bárbaro comer um homem vivo do que comer depois de morto; e é pior esquartejar um homem entre suplícios e tormentos e o queimar aos poucos, ou entregá-lo a cães e porcos, a pretexto de devoção e fé, como não somente o lemos mas vimos ocorrer entre vizinhos nossos conterrâneos.” (1972, p. 107)
E terminou, ironicamente, depois de descrever vários costumes Tupi: “Tudo isso é interessante, mas, que diabo, essa gente não usa calça”.

Roque de Barros Laraia, escritor e professor da UnB, se assustou ao ver pela primeira vez um índio Kaapor rindo. Segundo ele, a emissão sonora, profundamente alta, parecia gritos de guerra e a expressão facial em nada se assemelhava com aquilo que ele estava acostumado a ver.
Nesta mesma tribo, acredita-se que se uma pessoa vê um ente falecido ela logo morrerá. O principal protagonista de um filme, realizado em 1953 por Darcy Ribeiro e Hains Forthmann, ao regressar de uma caçada contou ter visto a alma do pai na floresta. O jovem índio deitou numa rede e morreu dois dias depois.
Assim, cada povo possui crenças e símbolos próprios. Essa capacidade de criar cultura é o diferencial do ser humano que também aprendeu a se adaptar ao ambiente de forma mais rápida que os outros animais. Nossos meios de navegação são exteriores ao nosso corpo. Nós os fazemos e os utilizamos. A baleia teve de transformar-se ela mesma em barco. Foram-lhe precisas incontáveis gerações para chegar à sua condição atual.
Mas o que vemos hoje é uma total diferença entre os que tem acesso aos bens e serviços e os que ainda vivem afastados de todas as criações e descobertas da humanidade.

Ao ser indagado sobre como o sol morre todos os dias no Oeste e nasce no Leste, um morador de uma comunidade afastada em São Paulo respondeu: “Ele volta apagado durante a noite”.
É uma outra concepção de ver o mundo, uma vez que em muitos lugares o conhecimento de observatórios astronômicos ainda não chegou.
Dessa forma, cultura é “todo complexo que inclui conhecimentos, crenças, arte, moral, leis, costumes ou qualquer outra capacidade de hábitos adquiridos pelo homem como membro de uma sociedade”, já dizia Edward Tylor (1832 – 1917). O essencial é evitar comportamentos preconceituosos diante do que nos parece incomum, ainda que seja dentro de um mesmo sistema.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Em 2008...

Para este e os próximos anos que virão:
SSS
“Não precisamos nem mesmo nos arriscar sozinhos na aventura, pois os heróis de todos os tempos já foram à nossa frente. O labirinto é bem conhecido só temos que seguir os passos do herói. E onde pensávamos encontrar algo abominável, encontraremos um Deus. E onde pensávamos que teríamos que matar alguém, teremos de matar a nós mesmos. E quando pensávamos em viajar para fora, chegaremos bem no centro da nossa própria existência. E onde pensávamos estar sozinhos, estaremos em companhia do mundo inteiro.”
SSS
................. Albert Einstein

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Pará - Parte I

Praia

II

Ano

III

Natal, Ano e Iguatemi (Niteróóóóiii)